quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Em defesa da fé cristã

Amados irmãos em Cristo, estamos vivendo um momento peculiar na vida política e cultural do país. Diversos segmentos sociais e grupos de caráter antirreligioso e mesmo anticristão têm se organizado e pressionado o Estado para que este promova e incentive diretamente, através de suas políticas e formulações, ações que atingiriam frontalmente aos valores da família tradicional e da cultura cristã de forma geral, buscando legalizar práticas contrárias aos ensinamentos bíblicos, sob o pretexto de defesa dos direitos humanos (destes grupos).  

Dentre tantos temas que afetam o meio evangélico no momento político atual, e que precisamos defender de forma sólida, gostaria de destacar algumas posições que devemos tomar, a saber: a necessidade da valorização da família tradicional e do planejamento familiar como contraponto ao avanço de políticas pró-LGBT (que pretendem instaurar uma condição excepcional dos homossexuais perante o Estado Democrático de Direito, tendo com isto uma superioridade protetiva em relação aos demais cidadãos); ser contra a legalização do casamento homossexual e o avanço de políticas como o kit-gay nas escolas; contra a subversão de valores e a legalização da prostituição; pela proteção do direito à vida e contra o aborto; pela defesa de uma visão de mundo cristocêntrica e não humanista ou ecumênica; pela defesa da liberdade religiosa e contra a perseguição política aos evangélicos, que tem se manifestado na tentativa instauração silenciosa de um Estado ateu e antirreligioso, no qual a religião tem um sentido negativo, existindo intolerância à prática de fé das pessoas por conta do avanço de ideologias que não toleram a religião e proíbem ou criam discriminações para o exercício da fé; pela participação popular, ativa e consciente da comunidade cristã na vida pública, buscando interagir e influenciar positivamente nos assuntos de interesse comum da sociedade; pelo reforço de politicas públicas sociais e restauradoras da dignidade humana, voltadas para a proteção e a restauração da família; dentre outras medidas conforme o contexto e o momento.

Por ter experimentado diversos cargos e situações ao longo de minha vida eclesiástica, tais como 1.o Secretário de Eventos Especiais, Presidente da SECAM (Secretaria Examinadora de Candidatos ao Santo Ministério), Vice-presidente e Presidente da CEADER (este por dois mandatos consecutivos), 1.o Secretário do Conselho Administrativo da CPAD, 1.o Secretário da CGADB e atualmente Assessor Especial do Presidente da nossa Convenção Geral, adquiri a visão e a experiência acerca das carências da liderança e do povo evangélico no que diz respeito às nossas necessidades junto ao poder público, sobretudo daquilo que precisamos nos defender para continuarmos exercendo a nossa fé integralmente e prestando culto ao Senhor, sem a interferência de um Estado cuja cultura política tem marchado no sentido de um laicismo antirreligioso perigoso e mesmo preconceituoso em relação aos evangélicos.
Gostaria também de propor a seguinte reflexão aos irmãos: a quem interessaria questionar a legitimidade de um mandato cristão ou do voto popular e livre concedido a pastores, os maiores orientadores e formadores de opinião no meio evangélico?

Precisamos entender e respeitar, de uma vez por todas, que o voto é universal e soberano, e que o parlamento é a casa onde se encontram as mais variadas partes e segmentos culturais da população. Logo, o combate aos candidatos cristãos e às suas lideranças não passa de uma manifestação clara de perseguição e de preconceito político e cultural contra os evangélicos, em uma tentativa de cercear o direito do crente ao voto e à livre escolha de seus representantes. Cabe lembrar, o cristão é tão cidadão da República como todos os demais segmentos: trabalha, paga os seus impostos, contribui para construir e fazer avançar o país. A tentativa de alguns grupos de poder e de segmentos da mídia secular no sentido de questionar o voto do evangélico não passa de um sintoma de desrespeito ao pluralismo político e à convivência pacífica entre os diversos segmentos da sociedade, direitos previstos e respaldados pela Constituição cidadã de 1988.

A parte isto, é importante salientar que um mandato dinâmico deve se abster de reconhecer também a necessidade de se enfrentar os problemas que são comuns a toda população, devendo ser priorizados pelo parlamento com propostas inovadoras e eficazes, melhorando a eficiência e reduzindo os custos do serviço público. Por exemplo, nas questões ligadas à mobilidade urbana e à busca de soluções de transporte rápidas e baratas para a população; no aprimoramento da gestão e da descentralização das redes de atendimento do Sistema Único de Saúde e do aparato de segurança pública, normatizando, pela atuação parlamentar, mecanismos de construção e localização destes serviços nos bairros mais povoados e carentes, com base em indicadores das necessidades da população, e não com base nas alianças políticas locais, como vem sendo feito em larga escala (basta lembrarmos o episódio da migração de criminosos para outras cidades do Grande Rio e do Estado após a adoção das UPPs, deslocando o problema para outras áreas em vez de buscar soluções realmente efetivas).

Ademais, lembrando aqui a orientação do artigo Art. 5, VII da Constituição Federal de 1988, segundo o qual "ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política", como também do artigo 226, II, que determina que "A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado",  gostaria de salientar que o Brasil é um país cuja população e sua cultura são cristãos em sua maioria, a quem cabe ao Estado lhes resguardar o direito ao culto, à fé e à ampla participação política e na vida pública, sem por isto sofrer preconceitos de qualquer fonte ou natureza, incluso nisto o livre direito a escolher seus representantes, legitimamente e sem constrangimentos de qualquer ordem ou natureza.

Que a graça e a paz de Cristo estejam com todos vós!


(publicado originalmente no jornal “O Convencional”, distribuído entre as lideranças da Assembleia de Deus do RJ) 

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